Quadras ao gosto popular - O ar do campo vem brando
O ar do campo vem brando,
Faz sono haver esse ar.
Já não sei se estou sonhando
Nem de que serve sonhar.
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O ar do campo vem brando,
Faz sono haver esse ar.
Já não sei se estou sonhando
Nem de que serve sonhar.
Talhei, artífice de um morto rito,
Na esmeralda de haver um mundo feito
Um brasão circunscrito
No anel em que é perfeito.
Houve um ritmo no meu sono,
Quando acordei o perdi.
Porque saí do abandono
De mim mesmo, em que vivi?
As coisas que errei na vida
São as que acharei na morte,
Porque a vida é dividida
Entre quem sou e a sorte.
Quero dormir. Não sei se quero a morte,
Nem sei o que ela é.
O que quero é não ser submisso à sorte,
Seja ela lei ou fé.
A lâmpada nova
No fim de apagar
Volta a dar a prova
De estar a brilhar.
A morte chega cedo,
Pois breve é toda vida
O instante é o arremedo
De uma coisa perdida.
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